Cardia e Syper partilham os mesmos princípios de profundidade introspectiva e instinto de pista, onde texturas cinematográficas se misturam com a experiência de palco. A sua performance não é um compromisso, mas sim a convergência de dois artistas com percursos que se cruzam num momento de imersão.
O trabalho de Cardia, moldado pela formação em engenharia de som, filtra atmosferas densas através de uma ressonância cinematográfica, onde cada melodia é feita à medida da pista. Syper traz-nos carga estrutural, um embaixador do underground lisboeta, afinando as suas antenas de alta e baixa tensão com a naturalidade de quem já tocou em mil salas diferentes. Alcântara-Mar style.
A sua ligação é profunda, feita de surtos subtis de contraste e alinhamento. As faixas desenrolam-se em camadas, loops secos torcem com cada modulação. Cada transição é um pacto, cada groove um loop contínuo.
Entre estes dois, nada fica por conectar.