Dresden não é tanto um duo de DJs, mas mais uma anomalia gravitacional — um campo magnético gerado por Ivan Smagghe e Manfredas que desvia as rotas previsíveis da música de dança. Desde a sua estreia no Opium, em Vilnius, que cultivam um som sem órbita fixa, onde ecos empoeirados e novidades frescas se entrelaçam em all-nighters imprevisíveis.
Os sets desenrolam-se como longas histórias: erráticas mas intencionais, densas mas navegáveis. Não há ponto de entrada definido, apenas uma imersão gradual — melodias hipnóticas, linhas de baixo pós-punk, espectros proto-techno e bizarrias eufóricas que surgem em combinações imprevisíveis. Um som de contornos esbatidos pela psicadelia, e sustentado por anos de cumplicidade.As suas festas não são apenas noites de dança, são convites para um mundo onde o caos parece cuidadosamente coreografado e o familiar chega envolto em distorção.
Dresden é um produto da sua própria energia, disruptivo e baseado num instinto narrativo tremendamente apurado.