Francisca Urbano e Johan constroem pistas através da intuição, alinhando-se não pela simetria, mas por uma curiosidade partilhada sobre o que existe para lá do horizonte. As escolhas dela estão em constante mutação, em mudanças subtis de humor que sugerem mais do que mostram. Ele responde com formações densas, pormenorizadas e ergonómicas.
A colaboração entre os dois não é tanto sobre contraste, mas sobre convergência. House, techno, breaks, tudo o que crie atmosfera, eles usam. Suspendem o tempo, jogam com o ritmo e a contenção, fragmentam e recompõem padrões que, mesmo irregulares, se encaixam. É um processo de interação cumulativa, uma sequência de comandos distribuídos por sistemas e subsistemas.
Os seus sets são limpos mas nunca estéreis. Firmes, mas maleáveis. Música como insistência silenciosa, unida por pontos de tensão que só eles conseguem ver.