Jeff Mills manipula o tempo como uma variável, não uma constante. Nas suas mãos, o ritmo transforma-se numa matriz que reprograma em pleno voo para evitar linearidade e tédio. Axis, a sua editora, funciona como um núcleo de produção, com lançamentos modulares e redundância incorporada. Peças de arte do techno futurista.
Todos os projectos, de Sleeper Wakes às obras orquestrais, estão ligados e são sequenciados pela mesma lógica. Um sistema inercial que se estabiliza sem permitir estagnação. O quatro-por-quatro não se demora, é verificado, executado e integrado em novas formas, novas entidades, e o seu efeito não é o espectáculo, mas um ritual de iniciação controlado.
Cada set de Mills é um tratado de execução — fluxos de dados reconfiguram o nosso estado de espírito, tempo e memória. No seu universo, o som torna-se operacional e cada corpo se funde com a música, oscilando entre máquina e vertigem.
Jeff Mills, o original.