Pedro Rebelo e Hugo Bastos modelam experiências a partir do som, estruturando paradoxalmente os seus sets como esculturas em movimento. O house mais abstracto dissolve-se em techno elementar sem quaisquer juntas visíveis. Na sua música não há um eixo fixo, apenas movimento e sugestão, camadas de ritmo pensadas para quem viaja e não para turistas.
Juntos, privilegiam a fusão em vez da cedência, construindo com os seus instintos musicais um sistema que se expande até ao infinito. As seleções inclinam-se para a introspecção, escolhidas a dedo que soem vitais e imprevisíveis, como se cada faixa apenas existisse no exato momento em que é tocada. O resultado é um set calibrado para oferecer clareza através do caos, o tipo certo de caos.
Os RUUAR não estão aqui para nos explicar os céus, mas para programar a nossa viagem pelo cosmos. E é precisamente aí que pertencem.