Dos Santos e Spaander passaram meia década a dançar as mesmas faixas no Tivoli sem trocarem uma palavra. Quando finalmente se conheceram, nasceu Ultrastation. A dinâmica é lúdica mas rigorosa: Nuno solta um loop em vinil, Ben envia-o por um conjunto de módulos cintilantes e o sinal troca de mãos como braçadeiras de nylon na torre de serviço do Saturn V, rápida e metodicamente. Mais um trabalho de equipa do que de dois viajantes solitários.
Linhas de techno cruzam-se com electro, sílabas de vocoder adensam o momento, batidas de 909 enchem a sala mais do que o espaço permite. Imprevisível. E, enquanto pequenos ajustes se acumulam ao longo da noite, o público nem repara que o relógio avançou umas horas. Surgem novos riffs, testados ao vivo, aprovados pela pista e guardados para mais tarde.
Eles dizem que são a soma das partes, e nós acreditamos.